A Moderna acaba de se pronunciar sobre a eficácia da sua vacina em relação às novas variantes do coronavírus, que surgiram no fim do ano passado na Inglaterra e na África do Sul. De acordo com a companhia, o imunizante é, de fato, eficaz no combate à COVID-19, mas o efeito seria reduzido na hora de proteger contra a variante sul-africana. Por isso, a empresa está trabalhando no aprimoramento da fórmula.
Para chegar à conclusão, a Moderna analisou amostras de sangue de oito pessoas que receberam duas doses da vacina, além de dois macacos que também foram imunizados. Enquanto a variante britânica não apresentou impacto nos níveis de anticorpos de neutralização, aqueles responsáveis por desativar o vírus e que são formados depois da vacinação, a variante sul-africana apresentou uma redução considerável nesses níveis. Ainda assim, a empresa reforça que os anticorpos ainda estão acima da quantidade necessária para continuar protegendo.
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As preocupações com as variantes genéticas começaram em dezembro, quando ficou claro que elas estavam se espalhando rapidamente em seus respectivos países. Cientistas acreditam que a B 1.1.7, a variante britânica, e a B 1.351, variante sul-africana, são mais transmissíveis que as cepas anteriores. Desde então, diversos países, incluindo Brasil e Estados Unidos, relataram ter encontrado essas variantes se espalhando localmente.
Como as variantes têm diversas mutações importantes que podem mudar o vírus, alguns cientistas estavam preocupados com a possibilidade de elas escaparem do sistema imune de pessoas que já foram infectadas ou vacinadas. E alguns dados preliminares sugerem que esse possa ser o caso. Na última semana, por exemplo, o governo sul-africano afirmou ter encontrado evidências de que o B.1.351 conseguiu driblar a imunidade em algumas pessoas que já haviam sido infectadas na primeira onda da pandemia.
Segundo o médico Tal Zaks, chefe de medicina da Moderna, a nova forma da vacina que vem sendo desenvolvida contra a variante da África do Sul também poderá ser usada como um reforço da vacina original após um ano da aplicação. Para determinar a necessidade dessa dose de reforço será feita a análise de exames de sangue do paciente para medir os níveis de anticorpos, e também avaliar o quanto a nova variante já se espalhou.
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