A Genial Care, startup responsável por elaborar padrões de cuidados personalizados e humanizados para famílias com crianças com autismo, anunciou que recebeu um aporte de R$ 5 milhões em rodada de investimentos liderada pela firma de venture capital Canary, em junho de 2020. O que possibilitou sua entrada no Brasil este ano.
Participaram empreendedores e investidores-anjo reconhecidos, como Robbert Vorhoff, Head of Healthcare da General Atlantic; o co-fundador do dr. consulta, Thomaz Srougi; o co-fundador do VivaReal, Brian Requarth; Kristin Farmer, fundadora da ACES (empresa dedicada ao autismo nos EUA) e os fundadores do GuiaBolso, Benjamin Gleason e Thiago Alvarez.
“O que Kenny Laplante [fundador da Genial Care] está querendo construir no Brasil é muito interessante e tem potencial para ser enorme. É um problema grande e complicado, mas não temos visto tantas startups atuando nesse segmento”, diz Marcos Toledo Leite, sócio responsável pelo Canary.
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A ideia para o negócio veio da soma das experiências de Laplante como investidor no General Atlantic e voluntário nos postos de saúde brasileiros, enquanto buscava um nicho para atuar em saúde infantil. “Percebi que desde o diagnóstico até a intervenção, há muitas carências relacionadas ao autismo no país”, diz o empreendedor, Kenny Laplante.
A Organização Mundial da Saúde estima que, em todo mundo, uma em cada 160 crianças tenha autismo. Nos Estados Unidos, um levantamento divulgado em 2020 diz que uma a cada 54 crianças do país está no perfil de Transtorno de Espectro Autista (TEA). O Brasil não tem dados oficiais sobre o tema — o que deve mudar com o censo demográfico de 2021, que irá incluir pela primeira vez perguntas sobre o transtorno.
Decidido a criar um projeto de inovação para crianças brasileiras com autismo, Kenny Laplante estudou o mercado para entender o que estava sendo feito no Brasil e no mundo. A principal diferença é que a startup não foca no paciente em si, mas sim nos seus cuidadores. “O pai e a mãe são os professores mais naturais que qualquer criança pode ter, eles têm muito potencial para serem protagonistas, mas são ignorados nos processos”, diz o empreendedor.
Uma pesquisa feita em 2020 pela startup com 500 cuidadores de crianças de até 12 anos diagnosticadas com autismo mostrou que as mães são as principais responsáveis pelo cuidado do filho (86% dos casos). Quase 70% dos entrevistados disseram que precisam de ajuda para planejar o futuro a longo prazo da criança e 57% gostariam de orientação sobre o fazer e como agir diante de situações desafiadoras.
A Genial Care, então, oferece um guia para as famílias conhecerem mais sobre o autismo. O serviço é digital e segue um modelo de assinatura, com mensalidade de 879 reais. Os pais e mães assinantes passam por uma avaliação clínica inicial para que a startup identifique quais as necessidades do cuidador e do filho. Depois disso, o responsável recebe conteúdos mensais personalizados em áudio, texto, vídeo e quizzes.
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